Thursday, September 20, 2007

Requiem (13-9-2007)

Salva-me!
Dizes tu, deitada nessa cama fria.
Primeiro, implorando.
Depois, à medida que a faca se aproxima do teu peito,
Ordenas-me: salva-me!
Cortam-te. A incisão é pequena,
mas a ferida no teu orgulho é muito maior.
Assim exposta ao mundo estás fraca
e a pedir por salvação.
Não resisto, aperto-te a mão e beijo-te a testa suada.

Tudo acabou depressa. E ouço o teu murmúrio:
Obrigada, Orlando, por me salvares.

Tuesday, July 31, 2007

Verdades nuas

VERDADES NUAS (31-07-2007)


Tudo vem ao de cima. Pode-se lutar contra isso, mas mesmo que seja irrelevante na altura em que é descoberta, a verdade sempre aparece. É por isso que não há segredos. Não há segredos de mim para ti. Há mistérios, isso sim, mas não segredos. Posso não conhecer o teu cerne, mas sei quem tu és, sei o cheiro da tua essência. Tal como tu sabes quem eu sou de corpo mas desconheces a minha alma.

Luto para te mostrar

Uma parte maior de mim.

Deixar-te ver finalmente

O verdadeiro eu.

Pode ser difícil mas não desistirei, porque eu sei que me vais descobrir.

Friday, July 27, 2007

Sem inspiração

É verdade, acontece. E agora aconteceu-me a mim. Não se pode forçar algo que deveria fluir naturalmente da mente para a mão, da mão para o lápis, do lápis para o papel.

Portanto, só vou fazer novas adições a este blog quando tiver algo de novo a dizer.

Thursday, July 26, 2007

Sociedade (26-07-2007)

Estar só.
Que significa?
Tem significado?
Não.
Não, dizemos nós.
Nós.
E os outros?
Nós não estamos sós no mundo.
E quem está?
O que lhe acontece?
Nada.
Nada, dizemos nós.
Por que havia de acontecer?
No fim só sobramos nós.
E nada acontece.

Godot nunca vem.

Wednesday, July 25, 2007

A palavra (20-07-2007)

Agora, Maintenant,
Now, Astèr, Ahora.
Todas descrevem o momento que não existe.
O Agora é uma ilusão.
O Agora é passado.
Por não existir, torna-se atractivo e até místico.
O que é o Agora?
O Agora é uma palavra.
Mais do que uma palavra,
o Agora é a palavra.

Tuesday, July 24, 2007

Le dieu humain

Este poema foi originalmente escrito em Francês, e achei que não merecia ser traduzido para Português, tendo em conta que criado para ser em Francês. Enjoy!

Le dieu humain (20-07-2007)

Tu parles une autre langue.
Je lutte pour te comprendre
et pour te connaître.
Tu as de l’espoir, je sais.
Mais de l’espoir de devenir quelqu’un,
d’aimer quelqu’un.
Moi, j’ai l’espoir de devenir toi,
de t’aimer.
Tu est presque supérieur, tu sembles un dieu
qui a décidé de vivre la vie d’un humain.
Tu as des philosophies et tu penses,
tu chantes sur ta compréhension du monde.
Je chante sur toi, sur mon envie de t’aimer,
le dieu humain !

Monday, July 23, 2007

Gostaria de...

… ser diferente. Eu penso em mim como sendo bastante artística. É um traço da minha personalidade que me agrada. Mas, se formos ver bem, o que é que eu realmente faço de artístico?
Escrevo alguns poemas, inicio alguns guiões. Gosto de escrever.
Gostaria de saber desenhar. Exprimir os meus pensamentos e sensações através de simples traços de lápis e pinceladas de tinta. Mas não sei desenhar, pura e simplesmente não tenho jeito nem talento.
Gostaria de saber cantar. Ter voz para gritar ao mundo tudo o que há de errado. Ter voz para ser ouvida. Mas, infelizmente, nunca treinei a minha voz…
Gostaria de saber tocar um instrumento. Ter o objecto mais belo nas minhas mãos, pronta para fazer Arte e História com ele. Não me interessei por isto até ser quase tarde demais.
Acima de tudo, gostaria de saber dançar. Gostaria de saber manipular o meu corpo para encontrar a minha alma. Dançar é viver uma segunda vida, ter uma segunda oportunidade de fazer tudo o que queremos.
E este sonho eu não vou parar de perseguir até o concretizar. Porque é por ficarmos no mundo dos “gostaria de…” que não fazemos da vida o que queremos.



Portanto, vou agir e vou dançar.


Sunday, July 22, 2007

Filho da ilha

E agora, para fazer jus ao novo nome do meu blog:



FILHO DA ILHA (20-07-2007)


O que nasce na ilha não é seu filho.
Não é seu descendente.
Ele é a ilha.
Ele é a ilha em si, com todos os seus mistérios,
beleza, cheiros e sentimentos.
Ser filho da ilha é trazê-la no coração.
Ser filho da ilha é deixar de sê-lo para se passar a sê-la.
Os filhos da ilha tornam-se, eventualmente, na ilha.
E nós, que não deixamos de ser seus filhos,
esperamos a nossa vez de sermos,
de nos tornarmos num corpo verde e cheio de vida.


Saturday, July 21, 2007

As nuvens e as borboletas

Há alguma melhor forma de começar esta nova fase do blog com o primeiro poema que eu escrevi? Foi escrito quando eu tinha 8 anos, na 2ª classe, e dedicado à minha avó. Cá vai.

AS NUVENS E AS BORBOLETAS (escrito a 12/05/1999)

Eu não sei quem pinta as nuvens!
Será um pássaro, a Natureza ou um anjo?
São tão lindas as nuvens, principalmente ao pôr-do-sol.
Ficam rosadas, como se estivessem apaixonadas por todos e por mim.
Eu não sei quem pinta as borboletas!
Será Deus que pega nelas e as pinta
ou um menino com as suas canetas de feltro?
São tão lindas as borboletas!
Com aquelas cores parecem
o arco-íris que me dá paz,
alegria e liberdade!

Thursday, July 19, 2007

Mudanças

Boas, leitor(es)!

Decidi que vou tornar este blog num blog intelectual, cheio de pensamentos profundos e coisas do género... Deste modo, o blog vai ser alterado, aos poucos e poucos, no design, nome e consequentemente endereço. Ainda não há certezas desta mudança, mas farei o meu melhor para tornar esta coisa num verdadeiro Blog com B maiúsculo.